8 de julho de 2016


Faith No More celebra 30 anos do 1º álbum: ‘Não mudaríamos nada’

Itaici Brunetti
Atualizado em 8/07/2016

Faith No More
(Foto: divulgação) Faith No More em 1985

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Pois é, o tempo não passa, ele voa! Parece que foi outro dia que o Faith No More passou pelo Rock In Rio de 1991 para sair consagrado a uma das maiores novidades da música. Pulando para o presente e já consolidados como um dos grandes nomes do rock mundial, o momento do grupo californiano é de pura celebração, pois estão preparando o relançamento do primeiro álbum da carreira, We Care A Lot, de 1985, com várias bônus tracks, que chegará ao mercado brasileiro em 19 de julho pela PIAS/Voice Music.
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Para constar, We Care A Lot ainda não contava com o cantor multi-vozes e mil-caretasMike Patton na formação. Quem ocupava o microfone na época era Chuck Mosley, que ficou até o disco seguinte, Introduce Yourself, de 1987. Por telefone, Mike Bordin, baterista da banda, trocou uma ideia com o Virgula e relembrou esse tempo bom que não volta mais. Em tom bastante empolgado e humorado o músico também mandou avisar que Patton passa bem após o incidente do último Rock In Rio (saiba mais abaixo) e até foi pego de surpresa com uma das perguntas. Vê aí:
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Virgula: Trinta anos de We Care A Lot. O que lhe passa pela cabeça? 
Mike Bordin: Oh, é como olhar uma foto de família antiga e pensar ‘nossa, como eu era esquisito. Olhe como era meu cabelo e dos meus amigos (muitos risos)’. É estranho e ao mesmo tempo dá uma sensação de orgulho. Para o relançamento nós reouvimos todas as faixas detalhadamente e para a nossa surpresa soaram muito boas. Realmente boas, acredite! Canções como The JungleAs The Worm Turns e We Care A Lot são incríveis. Estou muito feliz que chegamos aos 30 anos dele.
E você mudaria algo na gravação?
Oh, não! Não mudaríamos absolutamente nada. Se você colocar uma arma na minha cabeça e disser ‘mude algo na gravação ou atiro’, eu digo ‘atire'(risos). O álbum é um registro de uma época, tipo uma obra de arte que não pode ser mudada. O que eu gostaria é de ter tido mais tempo nas gravações, pois fizemos tudo muito rápido. Na época todos nós tínhamos pouco dinheiro, trabalhávamos duro em nossos empregos para poder pagar as horas de estúdio e foi o que conseguimos. Talvez com mais dinheiro e tempo o trabalho saísse mais elaborado. Mas sei não, por outro lado ele perderia a urgência e espontaneidade em que trabalhamos. Acho que isso deu poder e ajudou o a torná-lo impactante. Ouvindo hoje ele soa realmente grande e pesado.
Vocês ainda mantém contato com Chuck Mosley? 
Nós nunca perdemos o total contato com ele. Ainda se falamos. Acho que ele deve estar morando na América do Sul, talvez no Chile, se não me engano. Em um dos nossos shows da última turnê, em São Francisco, ele se juntou a nós no backstage e tivemos um bom momento juntos, relembramos os velhos tempos e os desentendimentos ficaram no passado. Somos amigos hoje. Musicalmente ele não tem mais interesse no Faith No More, pois Mike Patton é o nosso cara. Mas Chuck é uma peça importantíssima na nossa história. Posso falar que sem ele provavelmente não teríamos ido adiante. O pontapé inicial foi dado com ele.
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(Foto: reprodução/Facebook) Chuck Mosley e Mike Bordin atualmente
Uma ideia louca: nunca pensaram em convidar Chuck Mosley para uma participação especial em alguma música nova? Talvez dividindo vocal com Patton. Acho que os fãs poderiam gostar. 
Hum, questão interessante essa. Nós nunca pensamos nisso na verdade….Sabe, Patton faz tantas vozes diferentes em uma mesma música que não sentimos a necessidade de outras, mas vou levar essa questão aos outros integrantes. Hoje somos outras pessoas e pensamos diferentes, mais maduros, sabe? Então, tudo fica mais fácil. Ficamos 11 anos separados e ninguém imaginava que poderíamos voltar um dia, então tudo pode acontecer. Não dá para saber o que o futuro nos aguarda. Acredito que tudo é possível. Mas gostei da ideia (risos).
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(Foto: reprodução) Faith No More no estúdio
Você acha que We Care A Lot moldou a geração de bandas que surgiu depois de vocês. Você se sente responsável por elas? 
Não sei se exatamente o We Care A Lot influenciou outras gerações de bandas, mas as pessoas costumam dizer que o FNM em geral é o grande responsável do new metal, de grupos como Korn, Limp Bizkit, Deftones e Incubus. Eu realmente não ligo e não paro para pensar nisso, pois do momento em que a gente lança uma música ela não é mais nossa, ela é sua. Claro que ela vai inspirar pessoas de alguma forma, assim como fomos inspirados por outras bandas anteriores a nós, como Killing Joke, Run D.M.C., Black Flag, Bad Brains, Metallica, etc. Eu acho grandioso quando pessoas me falam que a música que ajudei a construir serve de inspiração. Acho que o próprio FNM me inspirou (risos).
Preciso lhe fazer uma pergunta: no Rock in Rio de 2015, Mike Patton deu um stage dive errado, caiu em cima da grade e se machucou. Ele está bem?
Oh, man! Que susto foi aquele? Quando eu soube que ia falar com alguém do Brasil hoje eu já pensei imediatamente nesse episódio. Cara, foi na segunda música do show e ele realmente se machucou feio! Acho que ele teve muita sorte pois poderia ter sido bem pior. Isso afetou a todos nós no palco e o show não foi dos melhores. É difícil tocar e se concentrar quando você está preocupado com um amigo que está machucado, sabe? Não gosto nem de lembrar. Mas mesmo assim o show teve um gosto especial para nós pois era 30 anos de Rock In Rio e o FNM é eternamente grato ao festival, pois foi nele, em 1991, que nos sentimos grandes pela primeira vez. Avise aos fãs brasileiros que Patton já está passando bem e pronto para voltar ao Brasil.
Grande notícia, Mike! Nós estamos esperando.

2 de julho de 2016






“Somos da noite, mas não temos medo do sol”, diz Interpol sobre tocar à tarde no Lolla

Itaici Brunetti
Atualizado em 5/03/2015

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Essa será a terceira vez que os novaiorquinos do Interpol chegam ao Brasil para shows. A banda de Paul BanksDaniel Kessler eSam Fogarino está entre as grandes atrações do Festival Lollapalooza, que acontecerá nos dias 28 e 29 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Agora, eles vêm para divulgar seu mais recente álbum, El Pintor, lançado no ano passado.
Mas o que os fãs brasileiros não esperavam é que anexado ao show, vão ter que encarar um provável sol das 15h25 fervendo à moringa da galera, horário da apresentação dos caras no festival. Ou seja, protetor solar será um companheiro indispensável para vê-los. E, com toda essa postura séria e dark da banda, eles vão ter que provar que não são vampiros e encarar o público frente à frente.
Para saber o que eles acham de se apresentar com os raios do sol brilhando na cara, o Virgula Música trocou uma ideia por telefone com Sam Fogarino, que muito educado e de bom humor, se mostrou empolgado em estar voltando ao Brasil, e disse que tocar à tarde não será um problema, embora eles sejam da noite. O baterista também falou sobre outras coisas, como influências diversas dos integrantes e deu dicas de como será a apresentação no Lolla. Se liga no bate papo:
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Virgula música: a banda está empolgada em voltar ao Brasil novamente?
Sam Fogarino: Sempre tivemos bons momentos aí. Sempre que tocamos em lugares bonitos como o Brasil criamos uma expectativa de que cada vez será melhor. Mas o público brasileiro sempre supera as nossas expectativas (risos).
Quais são as suas melhores lembranças daqui?
Eu lembro que tocamos em grandes palcos de festivais e também em casas de shows menores, que eram muito quentes. Ah, cara, e as praias do Rio. Me recordo que acordei em uma manhã e fui andar na praia e para todo o lugar que eu olhava era incrível. As pessoas também são diferentes de qualquer outro lugar do mundo. São únicas.
Será apenas um show no Brasil e dentro de um festival, ou seja, com tempo reduzido de uma apresentação normal. Como vocês vão fazer para agradar aos fãs?
Nessas situações tentamos fazer uma mistura de nossa carreira com músicas novas e velhas. Como será um show mais curto, vamos tocar umas duas músicas de cada disco, as que mais nos representam. Claro que, às vezes não é tão divertido tocar músicas novas para algumas pessoas que ainda não conhecem o novo material, então terá de todas as épocas.
No Lollapalooza vocês vão tocar às 15h25, e provavelmente com um sol bem forte. Isso é um problema para vocês?
Bom, um problema, não, mas preferimos tocar à noite porque a banda consegue criar uma atmosfera que tem a ver com a nossa música. Amamos tocar a noite, temos a iluminação ao nosso favor. Quando fazemos shows durante o dia ficamos muito expostos e fica mais difícil atingir essa atmosfera. Somos da noite, mas não temos medo do sol (risos). O importante é tocarmos alto e não importa se é dia ou noite.
E quais outros shows você gostaria de assistir no festival?
Robert Plant e Jack White. Gosto muito desses dois caras!
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Qual é a principal diferença entre o novo álbum, El Pintor, e os antigos?
Bem, eu acho que El Pintor é um pouco mais compacto do que os dois primeiros álbuns, por exemplo. Embora as pessoas gostem bastante deles, agora a banda está em um momento mais direto, com mais experiência dentro de um estúdio. Somos mais imediatos e vamos direto ao ponto. Não ficamos enrolando mais. Você entende, certo?
Sim. E como Paul Banks se saiu tocando baixo pela primeira vez em um álbum do Interpol. Vocês ficaram satisfeitos com o resultado dele?
Ele fez um ótimo trabalho. Na verdade, foi meio natural e ele soube fazer exatamente o que a música pedia. Foi bastante dinâmico. Paul tem um grande talento como escritor e músico. Ele pode tocar qualquer coisa, e sempre o faz bem.
E o que vocês andaram ouvindo para compor o álbum? Quais foram as influências?
Cada integrante sempre ouviu coisas diferentes, e acho que é isso que compõe o nosso som. Eu e Daniel [Kessler] ouvimos muito Fugazi e The Clash, que são grandes inspirações pra gente. Também escutamos Neil Young, Pixies e Bob Mould. Já Paul é um grande fã de hip-hop. Quando estamos em turnê ouvimos tudo isso.
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No início, o Interpol foi muito comparado ao Joy Division. Ainda rola isso?
Sim. Algumas pessoas ainda insistem nisso. Elas sempre comparam alguma coisa com outra. É normal. É como uma referência para algo. Eu acho que é uma comparação boa, embora ache que a gravação do Interpol é bem diferente do Joy Division. O importante é fazer boa música.
Para terminarmos, qual é a sua música preferida do Interpol? E por que?
Uma só?
Sim.
Bom, difícil escolher. Mas acho que é Not Even Jail. O jeito que ela foi criada foi muito natural. Estávamos todos dentro de um quarto e naquele momento dividíamos a mesma sintonia. Sabe? É uma ótima recordação que tenho de um bom momento e eu nunca me canso de tocá-la (risos). Eu realmente amo essa música!
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Falamos com Queen + Adam Lambert; vem saber dessa emoção

Itaici Brunetti
Atualizado em 11/09/2015

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Brian May, Adam Lambert e Roger Taylor (crédito: Itaici Brunetti)
O Rock In Rio não existiria sem o Queen. Por que? O grupo de Freddie Mercury foi o primeiro grande artista a assinar o contrato para participar da histórica edição do festival, lá em 1985, e só depois disso que outros grandes nomes da música se sentiram encorajados a entrar nessa loucura de vir até o Brasil e ver qualé a desse festival. Essa história foi contada por Roberta Medina(filha de Roberto Medina – o homem por trás disso tudo) na coletiva em que a banda deu nesta quinta (10) no Rio de Janeiro. E oVirgula esteve lá, de frente a esses mitos, para te contar tudinho.
Brian MayRoger Taylor e o novato – porém, experiente, Adam Lambert, chegaram ao nosso país uma semana antes de iniciar a etapa brasileira da turnê Don’t Stop Them Now. Antes de se apresentarem no RinR (dia 18) e passarem por São Paulo (16) e Porto Alegre (21) para shows que fazem parte da Your Tour, A Turnê da Sua Vida – promoção da Budweiser que rolou e levará os fãs vencedores aos shows escolhidos, os músicos disseram que pretendem ensaiar e passear em terras tupiniquins nesse tempo livre. “É a minha primeira vez aqui. Ainda não sei onde ir, talvez eu saia na rua e peça dicas de lugares bacanas para as pessoas”, disse Adam, em tom bastante simpático.
30 anos depois
Para Brian May, estar no Brasil é motivo de recordação: “Eu me lembro até hoje daquelas noites em que tocamos no Rock In Rio. O barulho das pessoas era imenso. Elas cantavam todas as músicas e criaram algo especial na canção Love of My Life“. Tocar no festival após 30 anos é super importante e nostálgico pra mim. Estávamos no auge e depois daquele show voltamos energizados para a Inglaterra”. Já Adam, brinca “Desculpe, gente, eu tinha 3 anos neste show e não me lembro de nada. Mas sei da boa fama do público brasileiro”.
O novo vocalista do Queen  ainda revelou sua ansiedade de vir ao Brasil: “Faz seis meses que estou contando os segundos para esta viagem acontecer. Quero tomar tequila (risos) e ir à festas. Mas sei que a melhor party será em cima do palco e não fora”.
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Brian May, Adam Lambert e Roger Taylor (crédito: reprodução Instagram)
Freddie vive
“Em cada música que eu canto eu sinto que Freddie Mercury está presente de alguma forma. Seja nas canções, na comunicação com os outros e na celebração da banda”, disse Adam. O baterista Roger Taylor complementa: “Eu vejo que tanto Adam quanto Freddie tem uma facilidade de se conectar com o público e isso é fundamental no Queen. Adam não é Freddie, mas quando ele está no palco alguma coisa acontece, uma paixão ascende nele, e ambos tem uma grande voz”.
“Freddie nunca nos deixou quando estamos no palco, ele é lembrado em cada nota, mas agora as coisas são diferentes também, pois Adam tem uma energia incrível no palco e dá uma cara jovem aos clássicos”, disse Brian.
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Brian May, Adam Lambert e Roger Taylor (crédito: Itaici Brunetti)
Sobre os shows da Your Tour, em SP e POA, o guitarrista adiantou que existe chance de alguma mudança no repertório: “Trabalhamos sempre em cima do mesmo setlist, pois os fãs querem ouvir o clássicos e temos muitos hits, você sabe. Mas cada show é um show e sempre há espaço para improvisações e quem sabe alguma surpresa”.
Assim os caras gente fina do Queen finalizaram a entrevista. E aí, estão preparados para esse mega-show?
Queen + Adam Lambert


Colocamos Peter Hook na parede e perguntamos: New Order ou Joy Divison?

Itaici Brunetti
Atualizado em 31/10/2014



Foto: Gabriel Quintão
Peter Hook está em São Paulo. O eterno baixista do Joy Divison e New Order veio até a capital paulista com a banda The Lightpara dar sequência aos shows tributos que tem feito. Dessa vez, o inglês vai tocar na integra os álbuns Lowlife e Brotherhood, terceiro e quarto disco do New Order. O show rola hoje (sexta, 31), na Clash Club, a partir das 23h.
Agora, Peter trocou o instrumento de quatro cordas pelos vocais, e, para quem não sabe, um detalhe importante é que sua banda de apoio não é nada fraca, não. Além de seu filho, Jack Bates, no baixo, os outros integrantes (David Potts, Andy Poole e Paul Kehoe) eram do Monaco. Quem não lembra do hit What Do You Want From Me? tocando incessantemente nas rádios nos anos noventa?. O próprio Hook brincou: “Nós somos o Monaco”.
Pois bem, a gente trocou uma ideia com o criador das linhas de baixo de Love Will Tear Us ApartBizarre Love Triangle e tantos outros hits que amamos, sobre os shows tributos e o colocamos na parede para decidir qual banda lhe agrada mais: Joy Divison ou New Order. (Uma questão nada fácil, hein?). O baixista bambeou, enrolou um pouco, ficou confuso com a questão, mas foi firme e respondeu. Vê aí!
Show tributo
“Essa ideia de fazer uma cronologia musical veio do Bobby Gillespie, do Primal Scream, quando eles fizeram shows tocando o álbum Screamadelica. Então, em 2010 fez 30 anos que Ian Curtis se foi e eu quis celebrar essa data tocando os discos do Joy Division. Deu tão certo que achei interessante continuar, tocando os álbuns do New Order na sequência.”
A reação do público
“Muitas dessas pessoas ao redor do mundo nunca viram o Joy Divison ao vivo, ou mesmo as músicas mais antigas do New Order. No palco, eu tento reproduzir a energia que as bandas tinham no início, porque, você sabe, um show do New Order hoje não é mais um show do New Order. Você vê aquilo no palco e percebe que está tudo errado alí. E outra coisa, as músicas do Joy Division ao vivo eram diferentes da gravação, eu tento reproduzir o que fazíamos no palco. Então, está sendo fantástico, as pessoas tem gostado bastante dessa oportunidade. É um show longo.”
Após os shows
“Quando terminar esses shows e eu já tiver tocado toda a discografia, ainda não sei o que fazer. Vou apenas deixar rolar. Quero voar por aí (risos).”
Álbum solo
“Para ser honesto, não penso sobre isso. Eu nunca toquei sozinho. Eu não sou o Noel Gallagher (risos). Pra mim, ter um grupo é muito mais interessante do que se lançar solo.”
Tocar baixo ou cantar (o que faz melhor?)
“Tocar baixo é mais fácil do que cantar. Mas não sou bom em nenhum dos dois (risos). Eu não tenho um jeito clássico de tocar baixo, prefiro fazer uma linha mais melódica. Sobre cantar, eu comecei na época do Monaco e fui aperfeiçoando, mas pra mim ainda é difícil, porque eu tenho cantado quase 30 músicas por show. A parte boa disso é que vou melhorando a cada apresentação.”
Ser um DJ
“Fazer DJ sets é muito mais fácil. Ser um DJ é excitante, mas por diferentes razões de ter uma banda. Mas se for para escolher, eu fico com ter uma banda.”
Uma música do Joy Divison que lhe representa
“24 hours. Essa canção do Joy Divison tem a minha linha de baixo favorita.”
Uma música do New Order que lhe representa
“Leave Me Alone. Ela é muito simples, mas bastante melancólica. Eu amo essa música, e realmente tenho boas lembranças quando a ouço.”
Joy Divison ou New Order?
“Essa é uma pergunta complicada (muitos risos). Sou feliz por ter tocado nas duas. Posso dizer que sou um cara de sorte por ter feito parte desses grupos fantásticos. Mas se for para escolher, digo que Joy Divison é realmente especial pra mim, porque nunca mais teremos um Joy Division, porque ele (Ian Curtis) se foi.”

Coletiva com Ozzy Osbourne: o melhor 'stand up comedy' da sua vida

Itaici Brunetti
Atualizado em 25/04/2015

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(Crédito: Manuela Scarpa/Photo Rio News)
Ozzy Osbourne não é só aquele roqueiro e cara loucão à frente do Black Sabbath. Fora dos palcos ele vai muito além da profissão músico. É um showman, com o dom de fazer qualquer pessoa rir das coisas que fala. É simplesmente um mito, que demonstrou seu lado cômico durante a coletiva de imprensa que aconteceu nesta sexta (24) em São Paulo (o madman está na cidade para se apresentar no festival Monsters of Rock, que rola nos dias 25 e 26, na Arena Anhembi), e o Virgula Música esteve lá para te contar como foi estar de frente com o príncipe das trevas.
Para ter uma ideia, Ozzy fez caras e bocas, falou que é amigo de Justin Bieber, comentou sua relação com Deus, chamou uma das entrevistadoras para ir pro quarto e até ganhou um selinho dela no final. Tudo na maior irreverência! Ou seja; foi o Ozzy sendo Ozzy!
Então, se liga nas melhores perguntas (e respostas) dessa coletiva que teve mais um jeitão de stand up comedy. É o tipo de coisa que só o Ozzy sabe fazer.
Ozzy Osbourne - coletiva
(Crédito: Manuela Scarpa/Photo Rio News)
Ozzy, por quanto tempo mais você pretende estar tocando e gravando?
O showbizz me mantém jovem. As pessoas dizem que, quando você faz 60 anos, tem que se aposentar. Foda-se quem diz isso!
Você tem fãs de várias gerações, velhos e jovens. Como você faz para agradar aos fãs mais jovens?
Eu não sei!
Você cancelou shows no México e EUA recentemente por causa de sua saúde. Como você está agora?
Sim, tenho problemas para resolver, apenas isso. Mas tudo comigo é exagerado. Se eu dou um tapa em um bicho, sai no jornal que eu o mordi.
Você conhece o Justin Bieber?
Ele é um grande amigo meu.
E conhece alguma música dele?
Não!
E se eu te ensinar uma música do Justin Bieber agora, você cantaria ela?
O quê? Você está chapado, man?
Ozzy Osbourne - coletiva
(Crédito: Manuela Scarpa/Photo Rio News)
Você e Lemmy Kilmister, do Motörhead,  gravaram a música Hellraiser há alguns anos atrás. Vocês vão tocar ela juntos amanhã no festival?
Eu não sei. Preciso consultar a minha bola de cristal…
Como é a sua relação com Deus hoje?
Deus é um grande amigo meu. Bom, eu cometi alguns pecados, então vou ‘lá pra baixo’ de qualquer jeito.
Você gosta de quadrinhos, como Homem de Ferro ou Batman?
Eu não leio. Sou disléxico.
Sabemos que você gosta de pintar no seu tempo livre…
Eu não uso mais drogas, então, não pinto mais. Eu nunca fui um grande artista, apenas ficava doidão e pintava.
Ozzy Osbourne - coletiva
(Crédito: Manuela Scarpa/Photo Rio News)
Quais serão as influências para o seu próximo álbum solo?
Influências? Eu não escuto Justin Bieber. Eu sou o Ozzy. Vai ser como um disco do Ozzy.
Você pensa em um dia fazer uma turnê tocando apenas suas músicas raras?
Não!
Por que você é tão sexy no palco? 
O quê? Sexy? Deixe me levá-la para o quarto do hotel para eu te mostrar (risos).

monstersofrock



Albert Hammond Jr., dos Strokes, lança disco e diz que vem ao Lollapalooza

Itaici Brunetti
Atualizado em 21/07/2015

AHJ #2 - UNUSED
Gravado totalmente no estúdio que Albert tem em casa, no interior de Nova York, o disco possui dez faixas e foi mixado e produzido por Gus Oberg. A sonoridade não foge do que ele já fez em seus solos anteriores, Yours to Keep, de 2006, e ¿Cómo Te Llama?, de 2008, e por isso mesmo que tem agradado os fãs.
Na conversa, Albert nos contou um pouco sobre o disco e também sobre o seu modo de composição. Ele até revelou que está negociando vir ao Brasil em 2016 com sua banda solo para tocar no Lollapalooza (importante: a assessoria de imprensa do festival não confirma essa informação).
Claro que, desvirtuamos um pouquinho o papo, que era sobre o seu trabalho solo, e perguntamos a ele sobre os Strokes (óbvio, quem resistiria?). Só que o cara parece que não gosta muito de falar sobre a sua banda mais famosa. Mas, Albert é um gentlemane não fugiu da raia para responder. Quer saber mais? Se liga no bate-papo:
Vem, Albert!
AHJ #3 - COLOR - USED
Virgula Música: onde você buscou influências para compor o álbum Momentary Masters
Albert Hammond Jr.: Foi uma coisa que veio de dentro de mim. Somos como uma enciclopédia musical e quando fazemos um trabalho colocamos tudo para fora. Minhas influências sempre vieram do rock and roll e do punk, então minhas músicas vão soar mais ou menos como esses gêneros. E, finalmente tenho uma banda tocando comigo, o que ajuda nas composições. Estou bastante feliz com o resultado.
No vídeo de Losing Touch, você faz um jogo com a morte, que corre atrás de você. Qual é a mensagem do vídeo?
Pois é, a morte está vindo atrás de mim. No vídeo você pode ver que ela está sempre me seguindo e eu tentando escapar, não importa onde vou. Mas não sei lhe dizer se o clipe tem algum significado (risos). É tipo um jogo de vida mesmo.
A música Caught By My Shadow me lembrou bastante Arctic Monkeys, principalmente os timbres de guitarra. A banda de Alex Turner foi uma influência para o disco?
Não totalmente, mas eles são uma das bandas que mais ouvi nos últimos tempos. O meu catálogo de influências é gigantesco, passeio por vários estilos. No caso do Arctic Monkeys, eu penso que eles são um dos grandes representantes do que temos no rock hoje em dia.
Como é o seu processo de composição? Como você sabe que uma ideia serve para os Strokes ou vai para sua carreira solo?
Eu não sei, as coisas apenas acontecem. Quando eu levo uma ideia para os Strokes, ela automaticamente se torna da banda por causa das pessoas que estão tocando. Quando eu crio uma música com os integrantes da minha banda solo, ela fica diferente da que se fosse para os Strokes. Tudo depende com quem você está tocando. E o modo de trabalho das bandas são bem diferentes também.
Nos Strokes você apenas toca guitarra. Como é para você cantar também?
Acho que cheguei em um ponto que me sinto confortável fazendo essas duas coisas ao mesmo tempo. Mas demorou para isso acontecer.
E nos shows, as pessoas pedem músicas dos Strokes? Isso lhe incomoda?
Na verdade não me pedem, ou eu não as ouço pedindo (risos). Eles se divertem bastante com as minhas músicas e não se importam com o resto. É o que parece (risos).
Você acha que o fato dos integrantes dos Strokes terem projetos solos não enfraquece a banda?
Às vezes é bom termos esses outros trabalhos solos, e às vezes é ruim. Mas não necessariamente ruim, sabe? O que nós fazemos no nosso tempo fora dos Strokes não chega a afetar a banda.
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Falando dos Strokes, quando os fãs vão ter um material novo? Você pode adiantar algo?
Bom, por enquanto não temos planos. Ainda não temos feito nada para um novo álbum e nem estamos em estúdio.
E planos para tocar no Brasil? 
Estou tentando ir até a a América do Sul para tocar no Lollapalooza com a minha banda. Estamos em negociação com a organização do festival (vale lembrar que Albert estará no próximo Lollapalooza norte-americano, que será realizado no dia 2 de agosto, em Chicago). Também seria bem legal se conseguisse me apresentar em alguns shows solos, em locais pequenos, para as pessoas que não podem ir a grandes festivais. Das vezes que estive no Brasil, eu sai daí super animado, sempre querendo voltar. Espero que agora isso se realize.
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“Não quero repetir tensão”: David Gilmour sobre tocar com Roger Waters

Itaici Brunetti
Atualizado em 10/12/2015

David Gilmour em coletiva de imprensa no Brasil
David Gilmour e a esposa Polly Samsom (foto: Gabriel Quintão)
Não é todo dia que ficamos frente a frente com um integrante do Pink Floyd. No caso, a lenda David Gilmour, que está no Brasil para quatro shows com a turnê de seu novo álbum Rattle That Lock. Nesta manhã de quinta (10), o músico fez uma coletiva para falar sobre sua primeira visita ao país, e o Virgula esteve lá para te contar cada palavra dita por esse mestre.
Ao lado de sua esposa, Polly Samsom (escritora, e responsável por várias letras do álbum The Division Bell), do guitarrista Phil Manzanera (ex-Roxy Music) e o jovem saxofonista brasileiro João de Macedo Mello, Gilmour disse que está empolgado em estar no Brasil: “Nunca pensei que seria possível estar aqui. Sempre houve complicações sobre viagens que me impediam de vir. É um desafio! Estamos preparando um show especial. Estar aqui é algo que queria fazer há muito tempo.”
Sobre não incluir no setlist nenhuma canção de seus dois primeiros álbuns solos, o músico explica: “Eu tenho tanto material para tocar, desde 1968,  incluindo coisas antigas e conhecidas do Pink Floyd, que não consigo tocar tudo. Desculpe por não tocar suas favoritas”, disse.
David Gilmour em coletiva de imprensa no Brasil
João de Macedo, Polly Samsom, David Gilmour e Phil Manzanera (foto: Gabriel Quintão)
Claro que, perguntas sobre Pink Floyd e uma possível volta do grupo não poderiam faltar. “Foi ótimo quando tocamos no Live 8, em 2005, mas os ensaios foram difíceis, por causa do nosso histórico doloroso. Na época falamos sobre quais músicas tocaríamos na apresentação e no fim tive que dizer a Roger Waters que ele seria apenas um convidado do Pink Floyd. Óbvio que existe muito incentivo e interesse comercial para uma nova reunião da banda, mas não é algo que quero pra mim à essa altura da vida. Não gostaria de repetir aquela tensão”.
Sobre o os álbuns que Gilmour mais gosta, ele disse que não consegue lembrar de seus cinco preferidos, mas citou um: “Eles mudam à toda hora, mas adorei Push The Sky Away, o mais recente do Nick Cave and The Bad Seeds. É o meu preferido dos últimos tempos e sei que ele já viveu em São Paulo”.
Quando questionado se conhece alguma coisa de música brasileira, Gilmour se desculpa: “Sinto muito. Nunca tive muito contato com a música feita na América do Sul, exceto por algumas canções que já ouvi tocando em rádios da Inglaterra. Me desculpe”.
David Gilmour em coletiva de imprensa no Brasil
David Gilmour (foto: Gabriel Quintão)
David Gilmour toca dias 11 e 12  de dezembro, no Allianz Parque, em São Paulo, dia 14, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, e finaliza a turnê brasileira dia 16, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.