26 de abril de 2017

‘Música dos anos 80 continua viva porque tem substância’, diz Erasure que lança álbum

Itaici Brunetti
Atualizado em 17/04/2017

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(Foto: divulgação/ reprodução Facebook)

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Sabe, a música dos anos oitenta continua viva porque tem substância, harmonia, ritmo e envolve as pessoas. Olhando para nós mesmos, temos uma legião de fãs que continua nos ouvindo e nos seguindo. Isso por 20, 30 anos“, diz Vince Clarke, do famoso duo de synthpop Erasure, em exclusiva ao Virgula. “Agora, para os jovens que buscam esse tipo de música, penso que naquela década fizemos um som inexplicável, que tem um ‘grande negócio’, ou ‘um grande lance’ que continua se propagando e influenciando outros artistas“, tenta explicar o britânico, que já integrou o Yazoo e Depeche Mode.
Na ativa desde 1985, o Erasure chega em 2017 com um novo álbum de estúdio, World Be Gone, que será lançado em 19 de maio. O trabalho traz uma atmosfera otimista e esperançosa em tempos caóticos, e Clarke conta melhor sobre: “No momento precisamos de pessoas mais felizes no mundo. Precisamos de sentimentos bons. Foi ótimo fazer um disco focado nesse clima ‘pra cima'”. Da parte sonora, o músico conta que ouviu várias bandas inglesas instrumentais durante a composição: “Foram bandas que soavam como se fossem trilha sonora de filmes para mim“.
Para dar um gostinho do que está por vir, o duo lançou o remix de Love You To The Sky, primeiro single do novo álbum e realmente entrega essa ‘good vibe’ do trabalho. “Pessoalmente, gosto de ouvir o disco no fim da tarde, quando o sol se põe, quando o dia se vai e você está em um momento de relaxamento. É nessa hora que o álbum se conecta com o ouvinte e o faz refletir“, diz Clarke. “Não são músicas super pop ou grandes gravações. São canções que farão as pessoas curtirem de um jeito diferente“.
Para divulgar o álbum, o Erasure sairá em turnê europeia com o também britânico Robbie Williams, e para Clarke essa notícia é só alegria: “Eu já encontrei Robbie milhares de vezes. Ele é um cara super legal e sempre falávamos de tocar juntos, mas nunca aconteceu. Agora poderemos nos apresentar para milhares de pessoas. Será um encontro maravilhoso“, e complementa: “Robbie tem um público que não é velho, é mais jovem. Então será uma ótima oportunidade para conhecerem o nosso trabalho“.
Como o assunto é turnê, Clarke confirma que o Erasure vem ao Brasil, mas vai demorar um pouquinho: “A última vez que estivemos no Brasil foi há 6 anos e foi fantástico. Além dos shows, do público maravilhoso, fizemos super amigos aí e não vemos a hora de repetir essa sensação em 2019quando voltaremos ao país para shows. Já estou ansioso por isso!”. 
Nós também, Clarke!
 Capa de World Be Gone
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(Foto: divulgação)

The Maine: ‘Sempre que vamos ao Brasil voltamos com histórias loucas para contar’

Itaici Brunetti
Atualizado em 17/04/2017

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(Foto: divulgação)

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Vinte milhões de discos vendidos, cinco Grammy Awards, turnê mundial com shows esgotados e o sexto álbum de carreira, Lovely Little Lonely, lançado neste mês de abril. É com esse currículo – e gás – que o The Maine retorna ao Brasil em julho para uma série de shows que passará por São Paulo, Limeira, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (veja datas abaixo). Em conversa com o Virgula, o vocalista John O’Callaghan revelou estar contando os dias para aterrissar em nossas terras: “Sabe, eu sou do Arizona e está um frio de 10 graus no momento, então sair daqui, desse frio, e ir para o calor do Brasil é algo que me deixa muito empolgado“.
De voz fina e fala rápida, O’Callaghan aproveita para expressar seu sentimento pelo país: “Nós estivemos várias vezes no Brasil e cada vez voltamos com uma história louca para contar“, e relembra: “Eu nunca vou me esquecer da primeira vez em que voamos aí: fomos ao Rio de Janeiro e quando o avião passou por cima da cidade eu fiquei maravilhado com a imagem que vi, minha mente explodiu com o mar, os prédios, as montanhas, tudo misturado. E estava um dia lindo. É a melhor recepção que uma cidade pode dar“.
Sobre o trabalho Lovely Little Lonely, que é a evolução natural do último álbum, American Candy, de 2015, o músico o define com um explicação um tanto filosófica: “Nós realmente quisemos ir direto ao ponto fazendo músicas específicas, como se fosse o sentimento da história bem no meio do universo“. O que sabemos é que faixas como Do You Remember desafia a barreira do rock, enquanto Black Butterflies & Deja Vu usa um vocal suave, e Bad Behavior fica na cabeça de um jeito pop de verdade, se recusando a sair.
Em 2017, The Maine completa dez anos de carreira e de muito sucesso, o que faz O’Callaghan comemorar: “Esse tempo foi uma linda explosão de sentimentos. Foi maravilhoso! Sinceramente eu não esperava que chegaríamos a uma década de banda“. Ainda no assunto, o músico deixa transparecer seu lado nostálgico: “Sabe, o que queríamos no início era entrar numa van e tocar, não importa se fosse para zero, cinco ou milhares de pessoas, por que queríamos viver e compartilhar nossa música. Nem todas as pessoas têm a oportunidade de fazer algo que goste e viver disso, então só posso agradecer esses anos todos que passaram“.
Para a turnê brasileira, o cantor adianta como serão os shows e garante que o público vai amar as novas músicas: “Vamos tocar várias canções do novo álbum. Por outro lado, entendemos a responsabilidade de fazer um balanço entre coisas novas e velhas. Mas, acredito que o público daí vai curtir muito as músicas novas, porque sinto uma conexão entre os fãs brasileiros e a gente“, e finaliza: “Vocês são os mais loucos que já conheci. Amo muito vocês!
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(Foto: divulgação)

Madball faz show em SP com set-list escolhido por fãs: ‘É um jeito de se conectar com público’

Itaici Brunetti
Atualizado em 7/04/2017

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(Foto: divulgação)

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Vai ser tiro, porrada e bomba! O Madball, um dos ícones do hardcore novaiorquino, está baixando neste domingo, 9, no Tropical Butantã, em São Paulo, para apresentação única e especialíssima no Brasil. Especial porque será um show ‘By request’, ou seja, em que os fãs escolhem o set-list. “Nós gostamos da ideia, pois é uma maneira de se conectar com o público, com os fãs. São músicas que as pessoas querem ouvir“, diz o vocalista Freddy Cricien em exclusiva ao Virgula.
Das canções mais votadas através de um link na página do evento no Facebook, a mais pedida é Set It Off, e Cricien explica o porque: “É a faixa-título do nosso primeiro álbum, que foi muito importante e nos colocou no mapa. É uma canção que significa o que é a nossa banda. Não é a minha favorita, mas estou muito feliz que eles adoram!”.
Formado em 1988, em Nova York, o grupo atravessou quase três décadas dentro do hardcore e viu de perto as nuances do movimento. “Agora é o momento mais forte para o hardcore, até mais do que antes. Na minha opinião pessoal nós entramos em um período glorioso para a nossa cultura. É um momento emocionante para o HC“, diz o vocalista.
Assim como Sick Of It All, Agnostic Front e Biohazard (todas de Nova York), o Madball também é incluído no pacote de bandas hardcore que possuem uma pitada, mesmo que de leve, de rap no jeito de cantar. E, Cricien parece não gostar muito de ser inserido nessa mistura: “Eu não posso falar pelo Biohazard, mas com o  Madball o rap nunca foi intencional, apenas saiu dessa forma. Nunca quisemos fazer uma coisa de rap com rock. Não que haja algo errado com isso, é que nunca foi a nossa visão“, e complementa: “Somos da velho escola do hardcore misturados com a nova escola“.
Sobre o futuro, Cricien conta que o novo álbum chega ainda em 2017 e espera ter tempo para aproveitar São Paulo na passagem da banda pelo Brasil. Para os fãs ele manda em bom português um “Obrigado a toda a família HC do Brasil. Nos vemos logo“.
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(Foto: divulgação)

‘Minha voz está mais forte’, diz King Diamond após quase morrer e adotar novos hábitos

Itaici Brunetti
Atualizado em 11/04/2017

King Diamond Arenan, Stockholm April 24, 2006 Photo by: © Michael Johansson
(Foto: divulgação)

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O ano era 1996, o lugar o Estádio do Pacaembú, em São Paulo, e o evento o festival Monsters of Rock. Nesse cenário, o dinamarquês Kim Bendix Petersen, conhecido como King Diamond, fazia suas primeiras apresentações no Brasil com dois shows em sequência: com a banda Mercyful Fate e sua carreira solo. “Era início de tarde e estava muito, mas muito quente. Terminei um show, fui para o camarim, mudei a maquiagem e depois de 20, 30 minutos estava novamente cantando no palco“, relembra o músico em exclusiva ao Virgula. “Foi a única vez, o único ano que fiz isso, porque é muito exaustivo fazer dois shows na mesma noite. Espero não repetir novamente, pois quando voltava ao meu quarto no hotel a minha voz estava um estrago“.
Agora, 21 anos depois, Diamond volta ao país como grande atração do Liberation Festival, que rola dia 25 de junho no Espaço das Américas, em São Paulo, e para a ocasião especial irá tocar na íntegra o clássico álbum Abigail, de 1987. “Este foi o meu primeiro álbum de história de horror. Antes eu fazia álbuns conceituais, mas não eram de terror. Abigail traz um monte de coisas novas; o vocal que faço nele, por exemplo, é muito diferente do que já tinha feito antes. Até hoje penso que fizemos uma coisa muito especial com esse álbum“, diz o Rei do falsete.
E para cantar músicas que foram gravadas há 30 anos, você sente alguma dificuldade? “Hoje estou cantando muito melhor do que já cantei em toda a minha vida. Após a minha cirurgia eu parei de fumar completamente e mudei meus hábitos“, afirma King, que teve uma experiência de quase morte em 2010, quando sofreu um ataque cardíaco. “Pra mim hoje é muito mais fácil cantar musicas do Abigail. Fizemos a turnê comemorativa do álbum pela Europa e EUA e teve semana que fizemos cinco shows, um por dia. Se fosse nos anos oitenta eu teria dificuldade com a minha voz. Hoje não tenho. Ela é muito mais forte”, diz.
Conhecido também pelo uso da Corpse Paint (pintura facial com temática de cadávere pela sua atuação teatral, Diamond serve de inspiração para outros artistas, como os suecos do Ghost, por exemplo. E ele se sente honrado: “É sempre bom ouvir que você inspira alguém pelo que faz. Eu tive muitas influências. David Byrne, por exemplo, é o meu cantor preferido de todos os tempos. Antes de entrar no palco eu sempre escuto suas músicas ou as coloco no PA, para deixar o público no clima que eu gosto“, diz ele, e revela: “Mas, o que me impressionou mesmo foi ter visto o Genesis com o Peter Gabriel em 1974, e depois Alice Cooper, e depois David Bowie, e por aí foi indo. Com isso fui sendo influenciado e montando a minha personalidade. O importante é você ser autêntico“.
Outro assunto que sempre vem à tona quando o assunto é King Diamond é religião, e sem se incomodar ele explica sua posição: “Eu não tenho e nunca tive religião. Eu sigo a filosofia satânica e a bíblia satânica. Eu não entendo porque pessoas matam umas as outras por causa de religião. Sabe, as pessoas não se respeitam porque não acreditam na mesma coisa que as outras. É ridículo isso. Talvez uma ou outra religião esteja certa, mas as pessoas que a frequentam não podem provar às outras e tem que respeitar isso“. E sobre Deus, será que acredita? “Não me importo se existe um Deus, vários Deuses ou nenhum. A única coisa que importa pra mim é o respeito entre as pessoas. Se você é uma boa pessoa, eu vou gostar de você sem me importar em que acredita. Se você é um cuzão, eu não gosto de você, não quero ser seu amigo e quero que você vá para o inferno“, diz em voz tranquila, como se estivesse tomando um chá do outro lado da linha.
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(Foto: divulgação)
Para a apresentação de São Paulo, o músico adianta: “Se você já nos viu antes, aviso que dessa vez será diferente, pois será a melhor vez em que você verá a banda de King Diamond tocando. E se você nunca nos viu, não perca tempo e venha ver a melhor produção e a melhor experiência que você vai ter“. Toda essa promessa não é balela, pois vem de uma pessoa que tem história e tradição dentro do heavy metal, um ícone do estilo. “Quando subo ao palco eu quero que as pessoas saiam impressionadas e pensando ‘Uau! Esse foi o melhor espetáculo que já vi na vida’. É isso que proporciono!”. Para finalizar, um recado do mestre aos fãs: “Stay heavy“.
No Liberation Festival ainda tocam Lamb of GodCarcass, Heaven Shall Burn e os brasileiros Test.
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(Foto: divulgação)