31 de maio de 2017


Charli XCX quer festejar no Brasil e fala sobre o pop atual: ‘As mulheres dominam’

Itaici Brunetti
Atualizado em 23/05/2017

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(Foto: Olivia Malone/ Divulgação) Charli XCX

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Uma coisa é certa: Charli XCX é baladeira! É só ouvir suas canções Bloom Cap, Vroom Vroom Break The Rules, ou as que compôs com o duo Icona Pop (I Love It) e Iggy Azalea (Fancy) e perceber que a cantora inglesa de 24 aninhos não recusa uma festa sequer. E é isso que ela quer curtir no Brasil, quando será atração principal da 21ª edição do Cultura Inglesa Festival, que rola de 27 de maio a 18 de junho em São Paulo.
“Eu quero sair! Quero ir pra balada e curtir uma festa verdadeiramente brasileira. Onde você me recomenda?”, pergunta Charli em papo exclusivo com o Virgula. “Sabe, o Brasil só me deu memórias brilhantes. Da última vez que estive no país fizemos três shows e foram incríveis! A energia do público é maravilhosa”, diz ela.
Porém, Charli também recorda de um episódio inesquecível no Brasil que a deixou, digamos, ‘chateada': “Me lembro de ter perdido a minha camiseta do Yung Lean em uma festa que fui em São Paulo. Não tenho certeza porque tirei ela, mas nunca a recuperei (risos)”.
Charli e sua camiseta preferida do Yung Lean
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(Foto: reprodução/Instagram)
Em seu show que acontecerá dia 11, no Memorial da América Latina, gratuito assim como todo o festival, Charli adianta: “Estarei indo para tocar algumas canções de minha nova mixtape Number 1 Angel. Também vou cantar algumas coisas mais antigas. Estou muito empolgada”.
Para os fãs que esperam tanto o álbum novo, a hitmaker informa: “Eu não estou certa de quando meu novo álbum será lançado. Mas, eu sei que por enquanto meu plano é soltar um monte de músicas novas. Eu tenho tantas ideias de músicas no meu cérebro que não consigo esperar para lançá-las”.
Ao lado de Lorde, Tove Lo, MØ, Tinashe e outras superpoderosas que não saem das playlists da garotada e esquentam as ‘pixxtas’ das baladas, Charli também faz parte desta nova geração de cantoras que vêm representando no pop. “As mulheres dominam! É isso! Há tantas meninas que estão compondo coisas realmente incríveis. Eu acho que as mulheres mandam no mundo”, afirma ela fazendo referência à música Run The World (Girls), da mãezona de todas, a Rainha Beyoncé.
Ao finalizar a conversa, Charli deixa claro que além de querer festejar muito por aqui, o Brasil sempre fez (e ainda faz) parte de sua educação musical: “Quando eu era mais nova amava o CSS (Cansei de Ser Sexy). Hoje curto demais do Bonde do Rolê. Eles são incríveis”.
Vem, Charli. Junho está logo aí!
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(Foto: divulgação) Charli XCX

‘Gosto de coisas populares’, diz DJ superstar Steve Aoki, atração da After X

Itaici Brunetti
Atualizado em 19/05/2017

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(Foto: divulgação)

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Steve Aoki está de volta ao Brasil. Desta vez o DJ superstar que já estremeceu palcos do TomorrowlandEDCLollapalooza, e foi eleito em 2015 como o melhor da América pela DJ Times, será atração principal do festival After X, que rola nesta sexta, 19, no Estádio do Canindé, em São Paulo, e terá duração de 14 horas de festa.
Aoki, que também é conhecido por suas incríveis parcerias com Linkin Park, Will.I.AmFall Out Boy, e recentemente pelo hit Just Hold On, com o ex-One Direction Louis Tomlinson, trocou uma ideia com o Virgula nesse dia chuvoso e cinzento na capital paulista, direto do hotel em que está hospedado. O papo foi rápido, mas serviu para nos dar um pouco de sua visão sobre a evolução da música eletrônica, falar da popularização da EDM e responder sobre o polêmico e grande mistério que o acompanha em sua carreira: por que joga bolo nas pessoas em seus shows?
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(Foto: divulgação)
Qual música mudou a sua vida? 
Steve Aoki: Oh! Foi New direction, do Gorilla Biscuits. Essa banda representa a subcultura que me introduziu na cena de straight edge e hardcore nos EUA. Por causa dela eu comecei a tocar em banda e gravar músicas, e me deu encorajamento para me tornar produtor e DJ.
O que você vai fazer no seu aniversário de 40 anos?
Olha, eu nunca pensei sobre isso. É tão estranho imaginar que estarei fazendo 40 anos em breve [Aoki faz aniversário em novembro]. O que importa é que ainda estou na casa dos 30 e curtindo bastante (risos). Só espero que eu esteja em alguma festa, seja tocando ou curtindo. Mas não fiz nenhum plano ainda.
O que acha da EDM? 
Muita gente acha que a EDM (Electronic Dance Music) é negativa para a música eletrônica, mas eu acho justamente o contrário. Eu amo música popular, gosto de coisas populares e a EDM tem trazido muitas pessoas para a música eletrônica. Se você tem mais público, você tem mais artistas, mais produtores, mais shows, mais opções, e isso não tem como ser ruim. A música eletrônica não vive de um único estilo particular, ela tem várias subculturas e a EDM leva às pessoas a conhecerem essas subculturas. Nos meus shows eu vejo pessoas de todos os estilos. Não importa de que gênero você goste, ou qual religião você seja, se estiver com a mente aberta para curtir uma boa festa, está convidado.
Qual é a próxima moda da música eletrônica? 
Eu já vi tantas mudanças na música eletrônica, e eu gosto de mudanças. O gênero já evoluiu tanto nas mãos de produtores, e me sinto sortudo por fazer parte e ver essa evolução, que realmente não dá para imaginar para onde vamos. Eu acho empolgante não saber para onde vamos e essa é graça da música eletrônica. O que sei é que cada vez mais estilos musicais estão sendo misturados e amo isso.
Por que joga bolo nas pessoas em seus shows? 
No começo, em 2011, era por causa do vídeo Turn Up The Volume, do DJ Autoerotique, que assisti e tive a ideia. Então, toda vez que eu tocava essa música, eu jogava o bolo na plateia para fazer algo diferente. E hoje virou uma marca registrada em meus shows. Me lembro que no começo as pessoas achavam esquisito, e hoje não, elas pedem para levar o bolo na cara (risos). É como se a pessoa se sentisse especial, a escolhida. E é isso mesmo.
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(Foto: reprodução/Facebook)

‘Não foi surpresa’, diz Andreas Kisser sobre veto de músicas em documentário do Sepultura

Itaici Brunetti
Atualizado em 26/05/2017

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(Foto: divulgação)

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Dia 14 de junho estreia nos cinemas brasileiros Sepultura Endurance, o tão aguardado documentário sobre o Sepultura. Porém, a banda foi proibida de usar duas de suas principais músicas no longa, Roots e Attitude, vetadas pelos ex-integrantes Max e Iggor Cavalera, que são co-autores e detém 50% dos diretos das canções. Em exclusiva ao VirgulaAndreas Kisser não se mostrou espantado com a atitude dos irmãos: “Sabendo do nosso histórico, de declarações e ataques via imprensa, a proibição não foi nenhuma surpresa. Eles declinaram em participar do filme. O diretor Otavio Juliano fez várias tentativas e nada”.
Sobre a proibição, o guitarrista continua: “Sabe, eu respeito isso, é direito deles não querer fazer parte. Mas, vetar? O projeto deles sobrevive por causa do Sepultura. A galera vai aos shows deles só para ouvir músicas do Sepultura. Eles fizeram uma turnê por causa do Roots, que tem várias músicas minhas e do Paulo. Daí eles vem com uma atitude dessas? Acho lamentável”. Mesmo indignado, Kisser tem esperança de que as músicas possam ser usadas um dia: “O Otávio vai batalhar perante as leis para apresentar a imagem completa daquilo que ele quer mostrar da história do Sepultura. Isso não tirou o brilho do filme”.
Sepultura Endurance  apresenta a trajetória de 30 anos da banda brasileira que conquistou o mundo inserindo o nome do país no heavy metal mundial, e segundo Kisser, no filme não tem enrolação: “Otávio soube passar muito bem a nossa história de forma bem objetiva e direta, sem aquele negócio de telenovela mexicana sobre nossas mudanças de formação, vocalista, empresário e gravadora”. O músico aproveita para contar como foi o lançamento mundial que rolou na semana passada em Los Angeles: “Todo mundo saiu do cinema com um sorriso na boca, muita gente se emocionou. Sabe, o nome Endurance, que significa resistência, é como se fosse uma marca nossa por sermos resistentes e estarmos sempre prontos para os desafios. Nunca estamos acomodados, em conforto, e o documentário mostra o porque continuamos relevantes até hoje”.
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(Foto: divulgação)
E tem alguma história que ficou de fora e não entrou no documentário? “Ah, tem! Tem tantas coisas que aconteceram com a gente (risos)”, brinca Kisser. “Mas acho que o que precisa ser mostrado está lá. O filme está bem completo. O legal é que ele é interessante para todo o tipo de público, não só para quem é fã de Sepultura e metal. É a trajetória de uma banda que faz qualquer sacrifício, como ficar longe das famílias em turnês, por exemplo, para seguir em frente. Tem roadies, empresários, músicos, amigos, e muita gente que participou da nossa história lá”.
Mas, antes da estreia do documentário o grupo chega a São Paulo neste sábado, 27, para mostrar todo o seu poder de fogo na Audio Club. Será a primeira apresentação da Machine Messiah Tour 2017 na capital paulista. “Acabamos de voltar de uma turnê com o Kreator na Europa e outra com o Testament nos Estados Unidos, tocando todos os dias, então estamos super conectados e com uma química de palco incrível”, conta Kisser, e pontua: “É uma das melhores formações e mais importantes da nossa carreira”.
Sobre as músicas do álbum novo que fazem parte dos setlists, o guitarrista conta como está sendo incrível tocá-las nos shows: “Como o Machine Messiah é um disco mais técnico, com várias partes de guitarra, no ao vivo fazemos uma adaptação aqui e outra ali, para que aquela determinada música possa ser apresentada. Temos tocado umas cinco dele nos shows e usado os samples de violino que existem no álbum. Tudo tem funcionado perfeitamente e o público tem curtido demais”. E finaliza:  “Embora tocamos músicas velhas nos shows, essa é uma fase nova da banda”.

15 de maio de 2017


‘Sempre vamos ser uma banda pesada’, diz Linkin Park, atração do Maximus Festival

Itaici Brunetti
Atualizado em 12/05/2017

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(Foto: James Minchin/Divulgação)

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Neste sábado, 13, rola a 2ª edição do Maximus Festival que levará ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, grandes nomes do heavy, trash metal e hardcore, como Slayer, Rob Zombie, Five Finger Death Punch, Pennywise, Hatebreed e o headliner Linkin Park, que na opinião de muitos distancia destes gêneros musicais peso-pesado. Em papo exclusivo com o Virgula, o guitarrista Brad Delson explicaSempre vamos ser uma banda pesada. O que acontece é que não nos encaixamos em um único gênero, pois temos muitas influências diferentes. Acabamos sobrevivendo por conseguir inserir vários estilos ‘da moda’ em nosso som, mas sem deixar de ser quem somos”.
Essas influências diversas podem ser sentidas no novo álbum One More Light, a ser lançado em 19 de maio. Os três singles divulgados, Heavy (com participação da cantora Kiiara), Good Goodbye (com os rappers Pusha T e Stormzy) e Invisible causaram um certo estranhamento nos fãs pelo direcionamento pop ‘radiofônico’ e de ‘fórmula de sucesso’ feita na atualidade, flertando com o future beats, estilo que une elementos da eletrônica e do hip-hop, usando sintetizadores, grave forte e som metálico. “A primeira coisa que você precisa saber antes de escutar o novo álbum é que ele é muito, mas muito diferente das influências que tínhamos no começo de nossa carreira. Sabendo disso, você está pronto para ouvi-lo“, avisa Delson.
Dessa nova fase do Linkin Park, o músico conta que aquele rótulo de nu-metal ficou lá no passado e o que interessa é o presente: “Todo mundo muda na vida. Nós mudamos e a maioria dos nossos fãs mudaram e nos acompanharam nessas mudanças. Quando lançamos o ‘Hybrid Theory’, no início dos anos 2000, nossos fãs tinham a nossa idade, tinham outros empregos, levavam outras vidas. Hoje eles precisam de algo novo. Todo mundo precisa de algo novo”.
Uma outra questão é: será que ao vivo as canções de One More Light vão combinar com os antigos hits e agradar aos fãs? “Tocamos as novas músicas pela primeira vez nos shows da Argentina e Chile e foi incrível, as pessoas enlouqueceram, cantavam as letras bem alto. Músicas como ‘Goog Goodbye’ e ‘Heavy’ têm transitado muito bem com as músicas antigas. Elas ganham uma outra força ao vivo”, conta Delson, preparando o público brasileiro para a apresentação do Maximus.
Do processo de gravação do álbum, o guitarrista, que é conhecido pelos riffs e distorção marcante dos clássicos da banda, precisou abrir mão de seu instrumento em certos momentos. “Se você escutar as canções com atenção, você verá que têm guitarras. Mas, na hora de compor pensamos da seguinte forma: ‘Se a música funcionar com a guitarra mais à frente, ok. Se caso não, vai funcionar do mesmo jeito. Então, quem nos guiou foram as canções. Elas nos falavam se entrava guitarra, quando entrava, ou não entrava. E usei bastante violão também”.
Sabendo que no domingo, 14, após o show no festival será Dia das Mães no Brasil, Delson aproveita e diz que a música Sharp Edges, que encerra o novo trabalho, caberia perfeitamente na ocasião, em homenagem às mamães. “A letra fala sobre crescer e precisar fazer coisas que você não tem escolha. Sobre fazer coisas de adulto, coisas difíceis e sozinho”, dando a entender a falta que a presença materna  faz nesses momentos. “E também é a minha preferida do disco, pois adoro o trabalho acústico dela”, finaliza.



Red Fang sobre Maximus Festival: ‘Adoramos tocar com bandas de outros estilos’ 

Itaici Brunetti
Atualizado em 11/05/2017

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(Foto: James Rexroad/ Divulgação)

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No visual, barbas ao estilo lenhador, cabelos despenteados e camisas xadrez. No som, o peso do stoner rock misturado ao heavy e sludge metal. Na conversa exclusiva com o Virgula, o bom humor e muitas risadas entre uma frase e outra. Assim é o Red Fang, banda de Portland, EUA, que volta ao Brasil como atração do Maximus Festival, que rola sábado, 13, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Ah, como sinto falta da carne deliciosa do Brasil! É maravilhosa (risos)“, diz Bryan Giles logo de cara ao atender o telefone. “Sabe, o que ficamos espantados na hora com o Brasil é como o público daí é ótimo. É realmente apaixonante. É uma outra cultura, um outro jeito de curtir o que é apresentado“, diz o guitarrista e vocalista sobre a primeira vinda da banda ao país, em 2012.
Das aventuras em terras tupiniquins, Giles também relembra que nem tudo foi mil maravilhas e teve alguns pontos ‘negativos’, ou diferentes: “Tem uma coisa que achamos bastante esquisita no Brasil: ‘Por que os shows acontecem tão tarde?’ Lembro que quando tocamos em um festival em Brasília, nosso show aconteceu lá pelas 3h da manhã, e o que é mais incrível é que tinha gente para nos ver e o show foi insano. Sabe, nesse horário eu costumo estar dormindo“, e completa: “Para piorar tínhamos um voo para São Paulo na manhã seguinte. Foi louco (risos)“.
Em seu retorno ao país, o Red Fang apresentará músicas do mais recente álbum, Only Ghosts, de 2016, produzido por Ross Robinson (Sepultura, Korn, Slipknot e outros), e Giles fala um pouco do processo: “Only Ghosts  foi o andamento natural do nosso som. Trabalhamos todos juntos e ficamos um bom tempo no estúdio focados nele. Na minha opinião é o melhor álbum que já fizemos, ou o mais perto que chegamos do que estávamos idealizando para ele“.
Dos grupos que se apresentam no Maximus Festival, o Red Fang pode ser considerado dos mais novatos, com apenas dez anos de carreira, embora seus integrantes não sejam tão jovens. Porém, para Giles esse tempo não é pouco: “Se somos uma banda nova ou velha, é relativo. Eu acho bastante tempo. Sinceramente, nunca tive expectativas e nunca pensei que chegaríamos a dez anos de banda. Normalmente você tem banda com seus amigos, e com o tempo as pessoas crescem, mudam, brigam, saem na porrada, e nós ainda conseguimos nos divertir e viajar o mundo fazendo o que curtimos. Pra mim é importante estar numa banda, é importante estar nessa banda“.
Sobre dividir o palco com artistas de outros estilos no festival, como Linkin Park e Prophets of Rage, por exemplo, o guitarrista acha ótimo: “Eu adoro tocar com bandas que não se parecem com a gente. Festival é isso, você vai para ver seu artista preferido, assiste ao show de outro que nunca ouviu falar e sai de lá com mais uma banda no coração (risos)”.
Antes de finalizar o papo, Giles brinca que só tocará no Maximus com uma condição: “Sem pizzas em nosso camarim não subimos ao palco. Nosso baterista adora (risos). Ah, e cervejas também! Mas não vou beber muito para não ficar com vontade de fazer xixi durante o show (mais risos)”.

10 de maio de 2017

‘Corrupção do governo deixa a população louca’, diz Prophets of Rage, atração do Maximus Festival

Itaici Brunetti
Atualizado em 10/05/2017

Prophets of Rage
(Foto: divulgação)

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A corrupção do governo está deixando a população louca e está acontecendo o mesmo no mundo todo“, diz Chuck D, um dos vocalistas do Prophets of Rage em exclusiva ao Virgula. O supergrupo formado por integrantes do Rage Against The MachinePublic Enemy e Cypress Hill está no país para shows solos (em São Paulo, que rolou nesta terça, 9, na Audio Club, e no Rio de Janeiro nesta sexta, 12, no Vivo Rio), e é uma das grandes atrações do Maximus Festival, que acontece sábado, 13, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
“Sempre que estamos no Brasil vemos pessoas pobres nas ruas…. Sabe, o governo tem que educar as pessoas com a tecnologia, mas os negros serão sempre os últimos a terem esses direitos“, lamenta Chuck, e opina ao saber sobre a situação política do Brasil: “É curioso, acontece o mesmo nos EUA. Lá a democracia não funciona, pois as pessoas que têm poder querem mais poder e as pessoas que não têm poder continuam não tendo. É repugnante”. Aos brasileiros, o rapper manda a sua mensagem: “Você tem sempre que lutar. É como quando um homem e uma mulher vão fazer um bebê, o espermatozoide luta para ser o primeiro a ser fecundado. Sabe, a luta não te destrói, ela te faz viver e sobreviver, e o Prophets é sobre isso; nós lutamos pelos nossos direitos através da música. Então, se você luta pelo seus direitos, você luta pela vida“.
Mesmo de poucas palavras o baixista Tim Commerford entra na conversa: “Pelo que sei a vida do brasileiro é bastante difícil, e às vezes é necessário você ouvir músicas mais raivosas do que felizes. E nós definitivamente não fazemos músicas felizes, mas é o tipo de som que me faz pensar e me deixa satisfeitoAcho que é por isso que o público daqui tem essa conexão com a gente”. Chuck emenda sobre canções das três bandas que são executadas no palco: “Essas  músicas nunca vão morrer. E tem mais, eu e B-Real (vocalista do Cypress Hill) demos uma nova roupagem, são pessoas diferentes dando uma nova visão à elas. Posso dizer que ficaram elevadas“. O baterista Brad Wilk se empolga: “Realmente algo tem acontecido no palco. Está existindo uma química que nunca houve antes entre nós. Sentimos as músicas do ‘Rage Against’ mais poderosas“.
Trecho do show na Audio Club, em São Paulo
Com apenas um EP lançado, The Party’s Over, de 2016, O Prophets of Rage se prepara para lançar seu debut, e conta em primeira mão como será o trabalho: “Acabamos de gravar o nosso álbum, a mixagem e a masterização já estão feitas e sairá em setembro“, diz Wilk. “Terão grandes letras e canções. Sabe, temos feito grandes shows e tocado em grandes estádios desde o ano passado, então a banda está super poderosa e levamos essa energia para o estúdio“, fala Chuck empolgado.
Sobre a união desses músicos poderosíssimos, Commerford relembra como tudo aconteceu: “Nós sempre ouvimos Public Enemy e Cypress Hill. Esses dois nomes são 80% de nós, que nos levaram a formar o ‘Rage Against’, e são dois dos maiores nomes do rap mundial. Sempre nos encontramos em turnês, festivais, e tocamos juntos várias vezes, então era meio que uma coisa natural que um dia nos reuníssemos na mesma banda.“, e diz: “A ideia nasceu do Tom [Morello]. Ele nos contou e ficamos muito animados em trabalhar com Chuck e B-Real. Está sendo ótimo“.
Para finalizar, Chuck D enfatiza: “Não somos uma banda cover“.
Go, Prophets, go!
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‘Excursionar com meu pai é ótimo’, diz Joe Sumner, filho de Sting que vem ao Brasil

Itaici Brunetti
Atualizado em 3/05/2017

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(Foto: divulgação) Joe Sumner

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Se filho de peixe, peixinho é, filho de Sting é Joe Sumner, que assim como o pai também é vocalista, baixista e lidera a banda Fiction Plane. Agora, em carreira solo, ele vem ao Brasil como atração convidada da 57th & 9th Tour, de Stingque passará neste sábado, 6, pelo Allianz Parque, em São Paulo. “Será a minha primeira vez tocando no Brasil. Sei que São Paulo é uma cidade bastante louca e deve se parecer com Londres“, disse o músico em exclusiva ao Virgula. “Meu pai sempre me falou sobre o público brasileiro, que é animado e bastante comunicativo. Então isso só aumenta a minha expectativa em tocar aí“, diz.
O músico inglês, que se apresenta antes do eterno frontman do The Police, descreve seu show para dar um gostinho ao público: “Será um show de rock. Eu cantarei e tocarei baixo, mas também terá uma parte acústica em que toco violão“, e complementa: “Estamos fazendo essa turnê juntos e está sendo incrível. Excursionar com meu pai é ótimo“.
Sumner, que resolveu seguir a mesma carreira que o pai quando ouviu Nevermind, do Nirvana, fala sobre sua relação musical com Sting: “Bem, ele gosta das minhas músicas e eu gosto das músicas dele. Às vezes falamos sobre nossos trabalhos, mas nem sempre. Procuramos não interferir muito no trabalho um do outro“.
E sobre ser fillho de um astro do rock, como é?”Definitivamente é diferente de ser filho de qualquer outra pessoa, eu imagino. Sempre viajei o mundo todo com o meu pai. Tinha vários amigos na escola por causa disso.  Bem, às vezes é meio estranho, mas é muito bom também. Não mudaria nada“.
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(Foto: divulgação)

Raimundos sobre participação de Ivete em DVD Acústico: ‘Sua atitude vai além de qualquer estilo’

Itaici Brunetti
Atualizado em 2/05/2017

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(Foto: divulgação/ Pablo Vaz)

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Teve um momento em que a gravadora queria que alguma cantora famosa e que não fosse do meio do rock participasse da gravação, e achamos interessante“, conta Digão em exclusiva ao Virgula sobre o DVD Acústico dos Raimundos. “Cogitaram vários nomes de cantoras da crista da onda, mas demos aquela torcida de nariz. Daí meu coração falou: ‘E a Ivete Sangalo?’. A convidei, ela aceitou na hora e só depois informei a banda”, relembra o vocalista e guitarrista
No DVD, que foi gravado em novembro de 2016 em Curitiba, Ivete participa das músicas A Mais Pedida Baculejo, e Digão conta como foi: Ela mostrou que tinha moral para estar ali. No dia ela chegou cantando ‘Baculejo’ e até fez uma jam tocando bateria com a gente. A galera super respeitou, todos os roqueiros, as meninas. Foi lindo“, e emenda: “Sua atitude e postura vão além de qualquer estilo. E outra, ver ela sair da zona de conforto dela e ir lá cantar com a gente foi interessantíssimo“.
Sobre a amizade da cantora de axé com a banda de rock de Brasília, o músico revela que vem das antigas: “Ela é muito nossa irmã. Desde antes de fazer sucesso já nos tratava com muito amor e carinho. Nunca mudou. É a cantora número um do Brasil. Rainha!“.
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(Foto: Divulgação/ Pablo Vaz)
O show de lançamento do DVD já tem data para acontecer em São Paulo: dia 6 de maio, às 21h30, no Teatro Bradesco. A apresentação será no formato acústico e Digão fala mais sobre como foi transportar músicas ‘pauleiras’ e tocadas à velocidade da luz para o violão: “Para escolher o repertório eu pensei ‘Quais seriam as músicas nossas que funcionariam no violão?’ Porque não adianta pegarmos ‘Andar na Pedra’, por exemplo, que é pesada, e tentar reproduzir no violão. Daí vieram ‘Sereia da Pedreira’, ‘Cintura Fina’, ‘Gordelícia’, ‘Bonita’, entre outras. Sem contar ‘Mulher de Fases’, ‘Me Lambe’, ‘I Saw You Saying…’, todas essas funcionam bem no violão. Até ‘Eu Quero Ver o Oco’, que demos uma forçadinha de barra para torná-la acústica, ficou lindona“.
Agora, outras que são rápidas e agressivas, como ‘Rapante’, fizemos uma versão bem percussiva porque a música permitia essa mudança“, complementa.
Além de Ivete, O DVD conta com outras participações especiais, como a de Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, Marcão, ex-Charlie Brown Jr., Alexandre Carlo, do Natiruts, Oriente e o ex-Raimundos Fred Castro. “O que foi mais legal do lance do Fred é que veio de uma ideia do Caio, nosso baterista. Ele disse ‘Por que não convidamos o Fred para participar?’, e o Fred sempre foi nosso ‘bróder’, mesmo quando estava distante da banda. Ele até já tocou em alguns shows com a gente quando o Caio não pôde por problemas pessoais. Foi uma celebração ter ele no palco!“, conta Digão.
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(Foto: divulgação/ Pablo Vaz)
Os Raimundos, diferente da maioria das bandas de sua geração, eram os únicos que ainda não tinham um DVD Acústico oficial, e para Digão não há momento melhor do que este para o lançamento: “Se não tivesse existido aquela ruptura em 2001, talvez a gente tivesse feito um acústico na época. Mas tivemos que restruturar a banda e deixamos essa ideia de lado. Daí fizemos álbum inédito, ao vivo, e ao vivo no estúdio com a nova formação. Então, achamos que era o momento perfeito para fazermos o nosso acústico”.
Mesmo trocando a distorção suja pelo som nítido do violão, Digão não deixou a essência ‘raimundesca’ ser afetada por causa do formato: “Quando sai a distorção das guitarras e entra o violão acústico, a canção fica em evidência e o público  percebe a genialidade que tem ali, e isso é bom porque faz a galera ver que não é só barulho. Não mudamos nada nas músicas e todos os palavrões estão lá. É o Raimundos sendo Raimundos e não vamos baixar a guarda”.