12 de agosto de 2012

Ugly Kid Joe volta a São Paulo e faz a alegria de antigos fãs


Quinteto da Califórnia fez um apanhado da carreira e agradou a maioria dos presentes, que não eram muitos

por ITAICI BRUNETTI
Rolling Stone Brasil

Neste sábado, 11, pontualmente às 22h, os californianos do Ugly Kid Joe subiram ao palco do Via Marquês, em São Paulo, para uma única apresentação na cidade, como parte da turnê mundial Starway to Hell. Mesclando hits certeiros dos anos 90 com músicas pouco conhecidas, os músicos mostraram ao público que o tempo passou, mas para eles, não.

O público não foi o esperado – ocupava menos da metade da capacidade do local –, mas a banda do vocalista Whitfield Crane não ligou para esse “detalhe” e fez uma apresentação como se estivesse diante de milhares de pessoas. As músicas “VIP”, do álbum Menace to Sobriety (1995), e “Dialogue”, de Motel California (1996), foram as primeiras a aparecer no set list. O público, composto em sua maioria por pessoas com mais de 30 anos, estava tímido e se manifestava pouco. Foi na música “Neighbour”, de America’s Least Wanted (1992), a terceira tocada na noite, que o show começou a engrenar.

Os músicos estavam bem à vontade no palco e mostraram que realmente os anos afastados não abalaram a química entre eles (eles se separaram em 1997, e retornaram em 2010). Crane, por sua vez, deu um show de simpatia. Ele elogiou os fãs brasileiros várias vezes, fez caras e bocas pousando para fotos, exibiu uma bandeira brasileira com o símbolo do grupo no centro, que foi dada a ele por alguns fãs no gargarejo, e pegou as câmeras fotográficas das pessoas da plateia para tirar fotos com elas. O vocalista também fez questão de relembrar o show que fizeram em 1994 no Brasil. “Foi incrível”, disse ele, que até tentou se aproximar dos brasileiros falando a expressão “Do caralho”, antes de tocar as músicas “No One Survives” e “Devil’s Paradise”, do EP Starway to Hell (2012).

Durante 1h30 de apresentação, o grupo mesclou músicas de todos os álbuns. Mas para os fãs, a surpresa da noite foi a balada “Mr. Recordman”, do disco de 1992, que não estava no set list e foi cantada pelo guitarrista Klaus Eichstadt, integrante original da banda junto a Crane. Mas o tom da empolgação do público só mudou mesmo quando eles tocaram os hits “Cat’s in the Cradle”, “Madman” e “Everything About You”, que encerrou a apresentação. Antes disso, eles fizeram até uma versão de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, do AC/DC (que ficou muito parecida com a original por causa da voz de Crane, que, rouca com o tempo, lembrou muito a de Bon Scott), e “Sweet Leaf”, do Black Sabbath, para celebrar os roqueiros saudosistas presentes.

Faltou público, e a banda deve ter percebido que aqueles fãs brasileiros que eles encontraram em 1994, quando se apresentaram no extinto Hollywood Rock, cresceram e já não são mais os mesmos que se esgoelavam e pulavam durante o show inteiro. Mas isto não pareceu ser problema para os integrantes da banda, que pareciam se divertir do mesmo jeito em cima do palco, honrando o motivo que os fez retornarem aos palcos: a diversão.

Após o término do show, todos desceram do palco e, mostrando querer que a festa não terminasse, se dirigiram ao público para conversar com as pessoas, tirar fotos e cumprimentá-las.

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