4 de junho de 2016

“Perfeccionismo de Roberto Carlos me apavorava”, diz maestro do Rei

Itaici Brunetti
Atualizado em 6/03/2015

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Ser o braço direito de um rei não é tarefa fácil. Poucos tem essa chance (e capacidade). Porém, o maestro Eduardo Lagesconseguiu esse feito e hoje é o homem em que Roberto Carlos confia a sua música. Para ter uma ideia, eles trabalham juntos há 37 anos, tocando e viajando sempre. São amigos mesmo. Mas, Eduardo também é compositor e chega nesse domingo, 8, aoTeatro Bradesco, em São Paulo, para apresentar o seu show próprio O Maestro do Rei em Toda Brasileira é Uma Diva, acompanhado de sua orquestra.
Eduardo foi maestro da Rede Globo por 18 anos (ele fazia a parte musical do Fantástico e do Globo de Ouro) e foi na emissora que conheceu Roberto. A partir daí os dois foram ficando próximos, até que o astro da jovem guarda resolveu criar sua própria orquestra para rodar os palcos do mundo, e convidou Eduardo para comandar. Claro que, ele aceitou na hora e o resto é a história que tanto conhecemos através dos hits do rei.
Para saber mais sobre essa parceria com o Roberto, o Virgula Música trocou umas palavras com Eduardo, que também adiantou um pouco de como será esse festivo show que chega a SP. Confira o nosso bate-papo:
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O que o público pode esperar do show Toda Brasileira é Uma Diva?
O show será fora dos formatos usuais de orquestras como conhecemos. É quase como um musical. Tem a parte teatral com uma trupe de atores e uma orquestra jovem, alegre e descontraída que tocarão músicas alegres e descontraídas. Não temos o compromisso de uma grande performance de grandes orquestras, e sim o de passar alegria para as pessoas que estarão nos assistindo.
Quais músicas fazem parte do repertório? Pode adiantar?
Ah, vai ter de tudo! Vamos tocar Roberto, Beatles, Lulu Santos….
O show de São Paulo será no Dia Internacional da Mulher. Vocês vão fazer algo especial para elas?
A maioria das músicas falam de mulher, de carinho, de amor. E tem músicas com nomes de mulheres. Ou seja, o show todo é uma valorização às mulheres em forma de musical.
Sobre Roberto, como ele é nos palcos e nos ensaios?
Bom, no início eu estranhei um pouco, pois ele era muito detalhista e perfeccionista e eu comecei a descobrir detalhes de pequenas coisas que ele exigia no palco, e aquilo pra mim era alucinante, me apavorava! Era muito cansativo fazer uma, duas, três, quatro, cinco vezes o mesmo arranjo até chegar na conclusão de que o primeiro era o que estava valendo. Mas com o tempo fui me adaptando e fui fazendo as coisas do jeito que o agradava. Hoje é muito mais fácil.
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E como ele é como pessoa?
Ah, Roberto é uma pessoa afável, doce. Ele é muito amigo dos amigos. Ele é meu compadre, é padrinho da minha filha há 35 anos, e ele sempre prestigia isso.
Das músicas que você toca com o Roberto, qual é a sua preferida?
A música que mais me emociona se chama Olha. Muito antes de trabalhar com ele eu já gostava muito dela. Mas tem outras comoEmoções, ou Como é Grande o Meu Amor por Você. Mas o Roberto tem uns 200 sucessos, então umas 20 ou 30 eu gosto bastante.
Como maestro, o que uma música precisa ter para ser perfeita ao ponto de comover as pessoas? 
Um bom exemplo de uma música perfeita que mexe com as pessoas é Chovendo na Roseira, do Tom Jobim. Quando a ouço eu fico muito emocionado. A melodia dela é muito Brasil, muito natureza.

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