17 de agosto de 2011

12 passos para entender o Rock and Roll hall of fame

Revista Monet 81 - Dezembro 2009

por Itaici Brunetti Perez



Uma mistura de parque temático e shopping center consagra definitivamente os artistas do gênero que investiu tudo e mais um pouco nas guitarras, pediu paz e amor sem medo de ser feliz e continua a colocar jovens de todo o mundo no mau caminho. Ou no bom, depende do referencial. E ainda tem força para juntar medalhões e proporcionar shows históricos.

DOS SUBÚRBIOS DOS ESTADOS UNIDOS EM meados dos anos 1950, nasce o rock-and-roll. O gênero musical, que ficou inicialmente conhecido como a música proibida, acabou sendo seguido como uma verdadeira religião, veio para ficar, procriar, influenciar gerações e (como senão bastasse) ser homenageado.
Em uma época em que astros atuais da música pop se importam apenas com a imagem, principalmente ostentando a juventude eterna, o Rock and Roll Hall of Fame, prêmio americano que consagra os astros da música, está aí para provar que o que interessa é justamente o contrário. Prega que o talento está nos ícones do rock, nos dinossauros que inventaram e reinventaram o gênero tantas vezes.
Em comemoração ao 25º aniversário deste verdadeiro templo pop, que vamos dissecar na matéria a seguir, o canal TNT exibe um mega-concerto com participações de medalhões como U2 (com direito a canjinha de ninguém menos do que o rolling stone Mick Jagger), Metallica, Eric Clapton, Bruce Springsteen, entre outros, e produção do astro de Hollywood Tom Hanks. Pode aumentar o volume!



 
1 -IT’S ONLY ROCK AND ROLL (BUT I LIKE IT)


Em 1983, Ahmet Ertgun, o célebre fundador da Atlantic Records, resolveu criar uma fundação para reconhecer e celebrar a carreira dos rock stars. O prêmio pretende imortalizar a obra do artista, por meio de uma cerimônia anual ilustrada com performances ao vivo dos homenageados. Para ser indicado, o compositor tem que ter pelo menos 25 anos de carreira desde sua primeira música, single ou disco lançado. Depois, aproximadamente quinhentos profissionais votam nos artistas e, ao final, apenas cinco têm seu lugar reservado no Hall a cada ano. Um processo que impossibilita qualquer fenômeno musical de verão a concorrer ao posto. A premiação procura não se limitar apenas aos músicos e também abre espaço para produtores, instrumentistas, DJs e jornalistas.

2 - PARADISE CITY 

 O Rock and Roll Hall of Fame não se restringiu apenas à premiação, e se tornou uma instituição, um parque temático para aficionados do gênero. Situado às margens do lago Erie, na Erieside Avenue, em Cleveland (Ohio), o museu conta com sete andares e 50m de altura. A obra foi projetada pelo arquiteto americano de origem chinesa I.M. Pei e construída propositalmente onde nasceu o DJ americano Alan Creed, o criador do termo rock-and-roll. Sua inauguração foi em 21 de setembro de 1995 e logo se transformou num dos principais pontos turísticos da cidade. Neste verdadeiro shopping center, os artistas ganham biografias e exposições de fotos que mapeiam suas carreiras. Atualmente, Terry Stewart é o presidente e CEO do museu.



3 - LIKE A ROLLING STONE

Uma das atrações do lugar é a impressão das mãos dos artistas no famoso bloco de cimento. Não é lá uma ideia muito original, já que essa é a marca registrada da Calçada da Fama, um dos maiores ícones de Hollywood. Só que, como alerta Marcio Motta, que está projetando a versão brasileira do Hall da Fama do rock (confira mais no passo 12), as marcas de concreto expostas em Cleveland já estão tendo que ser refeitas por causa das rachaduras. Aqui, foi criada uma massa especial. Ela é preparada e 40 minutos depois o artista pode inserir suas mãos (sempre revestidas com óleo) no bloco. Estima-se que a matéria resista por um milênio.


4 - STAIRWAY TO HEAVEN

A premiação inicial do Rock and Roll Hall of Fame aconteceu em um longínquo 23 de janeiro de 1986, no Hotel Waldorf Astoria, Nova York. A festa teve como presidente Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, e presenteou os telespectadores com uma apresentação histórica de Jerry Lee Lewis e Chuck Berry incendiando o palco com “Roll Over Beethoven”. Os homenageados foram Buddy Holy, Chuck Berry, Elvis Presley, Billie Holiday, Louis Armstrong, Jerry Lee Lewis, Little Richard e Ray Charles. Justíssimo!


5 - WE ARE THE CHAMPIONS

Ser consagrado no templo roqueiro não é para qualquer um. Precisa ter estrada e ter influenciado gerações. Em duas décadas de existência do Hall of Fame, estão entre os homenageados: Elvis Presley, James Brown, Aretha Franklin, Bob Dylan e Rolling Stones, todos na década de 1980. The Who, Johnny Cash, Pink Floyd e Bee Gees estão entre os que passaram a figurar lá nos anos 1990. E os solistas Leonard Cohen, Miles Davis, David Bowie, Michael Jackson e Eric Clapton estão entre os últimos a subir ao Olimpo. E ainda vale citar os beatles John, Paul e George, que também foram homenageados separadamente.


6 - ACE OF SPADES

Mais conhecido como o líder da banda do programa Late Show with David Letterman, Paul Shaffer, músico e compositor canadense, atua como diretor musical e produtor do Rock and Roll Hall of Fame desde seu início, em 1986. Também contribuiu em algumas edições históricas, como a de 1999, 2003 e 2004, participando das concorridas jams entre os medalhões.


7 - SMELLS LIKE TEEN SPIRIT

Eles não são os homenageados, mas estão ali por um bom motivo. Entre discursos, declarações e piadas sutis, os artistas da noite são chamados ao palco por músicos igualmente famosos e influenciados por suas obras. Em 1986, ao anunciar Chuck Berry, Keith Richards, todo sem jeito, disse: “É difícil indicá-lo, pois roubei seus riffs nota por nota”. O que se viu depois foram as dobradinhas de Steven Tyler apresentando AC/DC; Neil Young reverenciando Jimi Hendrix; Eminem confessando sua admiração ao Run DMC; Axl Rose se revelando fã de Elton John; e Eddie Vedder desfilando o jeito independente de ser ao apresentar Ramones e R.E.M.


8 - ROCK ‘N’ ROLL ALL NIGHT

Alguém já imaginou parcerias de Bruce Springsteen e Roy Orbinson, Jeff Beck e Jimmy Page, ou mesmo Tom Petty e Prince? Uma das principais atrações da festa é proporcionar encontros inusitados entre os músicos. A cerimônia de 1988 é tida como um dos momentos mais memoráveis. Subiram ao palco para tocar “I Saw Her Standing There” (dos Beatles), George Harrison, Ringo Starr, Mick Jagger, Bruce Springsteen, Billy Joel, Jeff Beck, Bob Dylan, John Foggerty e muitos outros.


9 - PAPA DON’T PREACH

Ampliando horizontes, a premiação não se limitou aos músicos de rock, e resolveu abrir espaços para outros gêneros do pop, rap e até r&b. Mas a ousadia gerou reclamações dos roqueiros mais puristas. Em 2008, Madonna foi homenageada, e para o descontentamento de seus fãs, a musa deixou claro que não faria nenhuma apresentação musical no evento, o que sobrou para Iggy and the Stooges, também de Detroit, preencherem a lacuna, interpretando duas canções da diva.


10 - “NEW YORK” CALLING

Em novembro de 2008 o projeto se expandiu. Depois de tantas premiações do Hall realizadas na cidade de Nova York, a metrópole teve seu próprio Salão da Fama e Museu do Rock and Roll. No prédio encontra-se o piano de John Lennon, a jaqueta de motoqueiro de Elvis Presley e um poema de Jim Morrison escrito à mão. A primeira filial fora de Cleveland abriga também uma galeria exclusiva, a New York Rocks, dedicada aos artistas locais.


11 - NOTHING ELSE MATTERS

Um evento especial foi preparado para comemorar os 25 anos da instituição. O Madison Square Garden, em Nova York, foi o palco de shows e encontros de grandes estrelas da música em 29 e 30 de outubro deste ano. Simon & Garfunkel, Crosby, Still, Nash and Friends, Aretha Franklin, entre outros artistas, deram o ar da graça. Aproveitando a deixa, foi lançado no mercado o Rock ‘n’ Roll Hall of Fame Collection Due, box com nove DVDs compilando os 125 encontros marcantes nessas duas décadas e meia.


12 - ESTÚPIDOS CUPIDOS

Após sua viagem ao Hall da Fama do rock, em janeiro de 2008, Márcio Mota se sentiu motivado a criar um espaço físico para a Rockwalk Brasil, e hoje mantém arquivados quase 50 blocos com as marcas das mãos dos roqueiros nacionais, que devem ser expostos no parque a ser inaugurado em 2014, entre Serrana e Ribeirão Preto (interior de SP). Aqui, o produtor seleciona alguns artistas nacionais de gosto pessoal que deveriam ter reconhecimento na calçada da fama nos Estados Unidos.

MUTANTES
Banda dos irmãos Arnaldo Batista, Sérgio Dias, e da cantora Rita Lee. Os Mutantes moldaram toda uma geração musical nos anos 1960, inserindo psicodelia na música brasileira.

ERASMO CARLOS
O Tremendão foi braço direito nas composições de Roberto Carlos, desde a Jovem Guarda até os dias de hoje. Ficou conhecido ao cantar a música “Sentado à Beira do Caminho”.

RITA LEEApós sua saída dos Mutantes, a cantora ganhou a banda de apoio Tutti Frutti e mostrou ser capaz  de compor vários hits e de construir  uma carreira estável.

ANDRÉAS KISSER
Um dos membros remanescentes da fase áurea do Sepultura (com os irmãos Max e Igor Cavalera), o guitarrista também compõe trilhas para filmes e acaba de lançar seu primeiro disco solo.

DR. SIN
O trio paulista é um dos maiores representantes do gênero hard rock no país e ficou conhecido pela música “Futebol, Mulher e Rock and Roll”, com voz do locutor esportivo Silvio Luiz.

ROUPA NOVA
Na ativa até hoje, a banda liderada pelo carismático vocalista Carlinhos, se sustenta com os sucessos radiofônicos conquistados nos anos 1980.


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