17 de agosto de 2011

De bem com o drama

Revista Monet - Novembro 2009

Por Dafne Sampaio e Itaici Brunetti Perez


Conhecida por papéis cômicos no cinema e na TV, a atriz Graziella Moretto encara mais um desafio dramático em Feliz Natal, estreia de Selton Mello na direçãoJÁ HOUVE UM TEMPO EM QUE BASTAVA a atriz abrir a boca para as pessoas rirem. De múltiplos talentos, Graziella Moretto viu seu lado cômico ser o primeiro a ganhar destaque no cinema, na TV e no teatro. Divertiu crianças como a Madame Pastiche no longa TV Colosso (1995), seu primeiro filme, e como a feiticeira Dona Hipácia no programa Ilha Rá Tim Bum (2002) e no longa O Martelo de Vulcano (2003). E também os adultos, em participações nas séries Os Normais, A Grande Família e A Diarista, e como a doidivanas Roxanne em Domésticas, o Filme (2001). Ajudou, e muito, no bem-sucedido começo, em São Paulo, da série teatral Terça Insana, na qual criou personagens como Palmitinha, a cozinheira atrapalhada, que se espalharam rapidamente pela internet (ver box na próxima página). Mas a atriz não é apenas certeza de boas risadas. Seu mais recente filme e principal estreia do mês no Canal Brasil, o dramático Feliz Natal, é mais uma prova de que sua versatilidade é das mais afiadas.
Na estreia de Selton Mello na direção, a atriz interpreta Fabiana, uma mulher que vive frustrada em seu casamento com Théo (Paulo Guarnieri) e que esconde certos afetos pelo cunhado, e personagem principal, Caio (Leonardo Medeiros). Eternamente agregada na família do marido, Fabiana, no entanto, é peça fundamental para mantê-la unida. Em uma das cenas mais densas do filme, a personagem bate de frente com Mércia (Darlene Glória), a mãe, de personalidade difícil e efusiva, que vive à base de álcool das mais variadas fontes. Toda a família – acrescente-se aí um pai ausente interpretado por Lúcio Mauro – acerta uma série de contas do passado em uma festividade natalina, neste filme que causou rebuliço quando foi lançado nos cinemas no final de 2008. Motivo? Uma breve cena de nudez da personagem de Graziella fez com que o ator Pedro Cardoso lançasse um manifesto na imprensa contra erotismos gratuitos no cinema nacional (o noticiário apontou também que Graziella e Pedro estavam namorando). Posteriormente, o ator alegou que foi mal interpretado em seu “manifesto”. E não se fala mais nisso.
Polêmicas à parte, a santista de nascimento e carioca de moradia não é estreante em dramas, principalmente no cinema. Interpretou a jornalista Marina no multipremiado Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, e por este papel foi indicada como melhor atriz coadjuvante no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema em 2003. Graziella também apareceu em dois episódios do seriado televisivo Cidade dos Homens, que teve origem no filme. Cinco anos depois esteve em outros dois dramas. Em Não Por Acaso foi Mônica, ex-mulher do personagem de Leonardo Medeiros (iniciando a dobradinha que se repetiria em Feliz Natal), na bela estreia em longas do diretor Philippe Barcinski. Já em O Signo da Cidade, do também estreante Carlos Alberto Ricelli, interpretou outra Mônica, uma profissional do rádio amiga da protagonista Teca (Bruna Lombardi).
Entre dramas e comédias, Graziella se desdobra em mil e uma. Hoje é mãe de Nina, do primeiro casamento, e de Mabel, nascida em junho de 2009, da relação com Cardoso. Aliás, a experiência da maternidade acabou lhe dando a deixa para escrever seu primeiro livro, o instrutivo e divertido Onde Vende o Manual?, lançado em 2005. Em suas páginas relata de uma forma bem-humorada os nove meses da gravidez de sua primeira filha e tudo mais que a cerca, entre enjoos, desejos estranhos e dúvidas sobre nomes para a prole. Um ano depois encarou o desafio de apresentar o programa Café Filosófico, série de discussões produzida pelo Centro Cultural CPFL em parceria com a TV Cultura. A aventura acadêmica durou dois anos.
Papo cabeça, drama familiar, deboche televisivo, não importa. Graziella Moretto deseja apenas continuar sendo outras e ela própria.


GRAZI VIRTUAL
Conheça alguns personagens que a atriz jogou na rede

Palmitinha
Inspirada em folclórica cozinheira televisiva, a personagem da atriz se confunde com as receitas e vive brigando com um boneco desbocado.


Solange AlazãoPersonal Trainer que revolucionou o modo de se exercitar com a técnica Reality Tension Fusion Fitness, na qual simula situações do dia a dia em exercícios.

Dona Carmelita Baruerink
Socialite fundadora da ONG Vega Benefit cujo principal programa é o Desemprego Zero, que distribui diplomas para estudantes não-formados da favela.


Thayanny Carolynne
Primeira criança no país a colocar silicone nos seios, a precoce Thayanny usa seus dotes para vender um bizarro kit de autoimplante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário