17 de agosto de 2011

Boa de briga

Revista Monet 82 - Janeiro 2010

por Itaici Brunetti Perez


Acredite: o fenômeno adolescente iCarly chega ao final da sua segunda temporada com um duelo da pesada em cima de um ringue de luta livre

QUE A GRACIOSA CARLY CONSEGUE sempre se meter em confusão todo mundo já sabe. Mas agora ela se superou. No filme iFight Shelby Marx – Enfrentando Shelby Marx, a personagem interpretada pela jovem Miranda Cosgrove entra numa fria quando diz ser forte o bastante para vencer uma famosa lutadora – Shelby Marx (Victoria Justice, que estrela também a série Zoey 101). Sentindo-se desafiada, a especialista em artes marciais não deixa barato e convoca pessoalmente a falastrona para uma disputa de punhos em cima do ringue. Com uma hora de duração, o episódio é o último da segunda temporada de iCarly, exibido este mês no Brasil pelo canal Nickelodeon.
É uma ótima oportunidade para voltar (um pouquinho) no tempo para colocar todo este fenômeno teen em perspectiva. Miranda Cosgrove teve seu talento descoberto bem cedo. Foi abordada por uma agente de talentos enquanto dançava e cantava em torno de uma mesa num restaurante em Los Angeles. A partir daí, as coisas começaram a acontecer de forma acelerada. Foi escolhida entre mil crianças para participar do filme Escola do Rock, dando graça a Summer Hathaway, a “caxias” da classe escalada como empresária da banda mirim de Jack Black. Foi o trampolim certo para chegar ao corpo de Carly.


HIPERATIVOS – Levando uma vida que qualquer adolescente gostaria de ter, Carly e seu irmão mais velho, Spencer (Jerry Trainor), viram-se na tarefa de cuidar da casa quando seu pai foi trabalhar repentinamente no exterior. Sozinha com o irmão no lar, doce lar, a estudante da oitava série teve a brilhante ideia de criar seu próprio show na internet, em um pequeno estúdio que construiu no sótão. Óbvio que Carly precisava de parceiros para a empreitada. E por que não chamar seus melhores amigos? Entraram em cena a imprevisível coapresentadora Sam (Jennette McCurdy), que vive brigando com Freddie (Nathan Kress), o vizinho geek apaixonado pela protagonista e principal responsável pelo programa ir ao ar. E, como não poderia deixar de existir nos programas infanto-juvenis, temos um vilão: Nevel Pappermam (Reed Alexander), de 11 anos, que decidiu vingar-se de Carly por não conseguir roubar-lhe um beijo.
Essa turma de Seattle (de onde é exibido o webshow) nunca esperou fama e fortuna, quanto mais ver a luz de uma terceira temporada na TV. O programa, criado pelo americano Dan Schneider em setembro de 2007 nos EUA, agora é campeão de audiência em vários países, inclusive México e Argentina, onde está entre os mais vistos entre o público infantil e adolescente. Por aqui não é diferente: o site brasileiro (
www.icarly.com.br), por exemplo, recebe cerca de um milhão de visitas por mês.
E quem disse que o sucesso para por aí? Com CD, videogame e duas temporadas lançadas em DVD no mercado, iCarly também virou referência. A pera que ilustra a parte de trás do computador de cada personagem (uma brincadeira com a Apple) já foi flagrada também nas séries-irmãs Drake & Josh, e Zoey 101, ambas assinadas por Schneider. Aliás, Lola, personagem de Zoey, tem a música tema de iCarly no toque de seu celular.
Depois de tantas conquistas, agora é torcer para que essa menina de ouro se dê bem em cima do ringue de luta livre. Ou será desta vez que o arqui-inimigo Nevel fará jus ao seu bordão: “Você vai lastimar esse dia, Carly Shay!”?

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