18 de agosto de 2011

Música de um, letra do outro

Revista Monet 92 - Novembro 2010

por Itaici Brunetti Perez




O líder do Skank, Samuel Rosa, dá detalhes do especial que  a sua banda gravou com Nando Reis para expor o valor de uma parceria bem resolvida e duradoura

Samuel Rosa é mineiro, cruzeirense fanático, guitarrista e vocalista do Skank, e coleciona vários hits do pop rock nacional no currículo musical de sua banda. Como alguns desses hinos cantaroláveis têm o dedo do amigo e músico Nando Reis nas composições, o grupo mineiro convidou o ex-titã de barba ruiva para subir ao palco do Estúdio Vh1 Skank e Nando Reis e executar canções nascidas dessa parceria matadora. Além de os músicos relembrarem sucessos de suas respectivas carreiras, fazem parte da amigável apresentação “É uma Partida de Futebol”, “Ainda Gosto Dela”, “Dois Rios” e “Resposta”, filhas queridas da dupla. Samuel Rosa falou com a MONET sobre Nando, o novo trabalho em conjunto, ídolos e algumas coisinhas sobre o futuro.

QUANDO E COMO COMEÇOU ESSA PARCERIA DO SKANK COM O NANDO REIS?

Começou em 1996 no nosso álbum O Samba Poconé e foi exatamente com a música “É uma Partida de Futebol”. Na época, a gente estava jogando no Rock & Gol, aquele campeonato que tinha entre bandas na MTV, e como o Nando também é um grande fã de futebol, falávamos da escassez de músicas na época com referências ao esporte. A gente estava praticamente batendo o martelo na gravação do disco quando chegou a letra do Nando. Aí nós musicamos, acabou virando uma referência do trabalho do Skank e até fez parte do disco da Copa do Mundo de 1998. A partir daí, o Nando vem sempre contribuindo com alguma letra nos nossos álbuns e sempre com hits certeiros. Em Estandarte, nosso álbum de 2008, consegui pegar ele com mais disponibilidade e talvez por isso tenha conseguido fazer mais músicas do que normalmente fazia. Nesse álbum, tem pelo menos quatro canções do Nando. Acabamos de lançar um disco ao vivo (Multishow ao Vivo – Skank no Mineirão) que tem três músicas inéditas e duas delas são parceria com ele.

O QUE TEM DE ESPECÍFICO EM COMPOR COM O NANDO REIS?

A parceria tem sido muito efetiva, porque existe uma conexão muito forte entre nós, pessoal e musical. Eu e o Nando compartilhamos valores semelhantes dentro da música. Escutamos e conversamos sobre coisas parecidas, caso contrário ela não aconteceria com essa frequência. Pelo jeito que o Nando escreve acabou acontecendo uma conexão muito forte. Nunca gostei de trabalhar sozinho e me interesso muito por ouvir o trabalho de outras pessoas.

DE ONDE SURGIU A IDEIA DESSE PROGRAMA PARA O VH1?

Pela primeira vez alguém resolveu jogar luz nessa parceria. O canal Vh1 pegou esse mote de fazer um programa com um convidado do Skank, mas que na verdade não é um simples convidado, é uma pessoa que faz parte da história da banda, que escreveu alguns dos nossos grandes sucessos. No programa, a gente aproveitou para revisitar essa parceria. Como acabamos de gravar o disco ao vivo, esta apresentação foi como uma revisão para nós, nos obrigou a tocar músicas das mais recentes às mais antigas, e pro Nando foi mais complicado, pois essas músicas que ele fez comigo não fazem parte do repertório dele. Foi interessante também ver a reação e a expressão de satisfação dele ao tocar as composições que ele mesmo ajudou a criar, mas que não fazem parte do show dele.

VOCÊS FAZEM UMA VERSÃO DE “THE HARDER THEY COME”, DO JIMMY CLIFF, NO PROGRAMA. COMO CHEGARAM A ESSA CANÇÃO?

Porque ambos somos fãs de Jimmy Cliff e principalmente desse filme [Balada Sangrenta, lançado no Brasil em 1972], que é a história de um menino de uma favela jamaicana que tenta o sucesso por meio da música, mas vai parar no crime.

SE O SKANK FOSSE REPETIR ESSA PARCERIA E FAZER OUTRO PROGRAMA SIMILAR, COM QUAL ARTISTA GOSTARIA DE DIVIDIR O PALCO?

Se fosse falar de parceria seria o Chico Amaral, pela importância que tiveram as letras dele na banda. Mas se fosse para convidar... Bem, graças a Deus tem um caminhão de gente que gostaríamos de chamar, pessoas que a gente tem afinidade. O próprio Lô Borges, o Erasmo Carlos, o Jorge Ben, que eu adoro. Da nova geração tem aí o Cachorro Grande, a Maria Gadú, os nossos conterrâneos do Pato Fu, com quem temos uma relação bacana, mas que nunca descambou em uma parceria musical. Enfim, tem muita gente.

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DO SKANK?

No momento, queremos fazer um bom show para poder levar aos fãs um pouco da emoção que foi o nosso DVD gravado no Mineirão para 50 mil pessoas. Ainda não começamos a pensar em disco novo, mas essa possibilidade de poder fazer outros  projetos, de tabelar com pessoas diferentes, de não fazer meramente um disco de inéditas, me agrada muito. Sei lá, fazer um disco só de regravações... Acho que o Skank já fez de tudo, já flertou com vários ritmos musicais distintos, já fez muita coisa, mas essas parcerias são realmente um bom caminho para uma renovação, uma reciclagem. Mas é difícil adiantar alguma coisa, eu também não fico pensando no que vamos fazer daqui a dois anos.

Estúdio VH1 Skank e Nando Reis, dia 19, sexta, 21h, Vh1, 89
 
 
 
 

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